Segunda sem feira
Levo fé, me falta de tudo, inclusive um qualquer, a luta é round após round sem intervalos, vira seco, sol a pino e vêm comigo, dois bacuri, patroa, sogra, um escosto na pele de cunhado, minha condução, ganha pão, a magrela, peidoreira, padroeira, graxa dois tempos, leva pra onde o gás durar, casa alugada, salário atrassado, metas, e o calor, este não quer saber de história, desculpas ou justificativas, segue o seu papel e evapora qualquer esperança, umidade sem humildade, desapareceu e, hoje o dia tá moiado, feio pro meu lado, manga curta, pele esturricada, doido pra tomar uma gelada, esquecer o impossível, as contas machucam os ouvidos, zunidos que teimam em falar alto, quando queremos dormir, tempero amargo na panela das relações, o começo do fim, quando sair, vai tudo para a mão dos outros, um vendaval que brotou do último sopro, alegria aqui já tem a sua hora para acabar, mesmo sem chances a felicidade teima em me visitar, nestas horas raras chego a esquecer, que o jogo já começa no zero a um, é bola nas cosatas e butinada na canela, rabiscado e,m traços tortos pelos muros da favela.