Alvenaria de sentimentos

Sorvo o café sem açúcar,

Provando seu sabor real,

Notas e aromas naturais,

Sem distorções ao paladar,

Que adentra os sentidos,

Como uma poesia bem feita,

Sem artificialidade mecânica,

Em busca de rimas forçosas,

Mas com o deleite amoroso,

Da lágrima que escapa aos olhos,

A cada intensa sensação pulsante,

Melodia que encanta a audição,

Nos passos que levitam da dança,

Ritmo e cadência da perfeição,

Que faz da escuridão pura luz,

Desliza na entrada do nascer do sol,

Um entrelaçado de raios brilhosos,

Aquecendo a trilha onde toca,

Faz emanar frequências em ondas,

Fluindo em bons sentimentos,

Energia que revigora uma alma acesa,

Na afinação de um piano terno,

Distribuindo som aos quatro ventos,

Reverberando ao dedilhar,

De um carinho não esquecido,

Chama que queima mansinho,

O interior de um coração calmo,

Que iluminado está pela paixão,

De encontrar-se a si mesmo,

No reflexo de um espelho fiel,

Da planta baixa de uma vida toda,

Restaurando cada fenda cicatriz,

Assim, na alvenaria da arquitetura,

Que vai sendo erigida em terra firme,

Nos alicerces de memórias felizes,

Entremeadas pela sobrevivência,

Na coragem das experiências,

De dores e tristezas superadas,

Que se fazem lentamente celebração,

De vitórias bebidas no cálice da alegria,

Que faz do vinho o néctar do presente...