Na dobra do espelho
Somos uma sombra na dobra do espelho?
Uma realidade alternativa do que já foi?
Na dimensão 3D de um planeta oclusivo?
Estamos perdidos, Senhor Astronauta?
Para onde essa nave está nos conduzindo?
Para o futuro? Mas ele não está longe?
Quais desafios nos apresentará?
Estaremos preparados ou seremos miseravelmente derrotados?
Estamos em qual quadrante, capitão?
A Cartografia georreferencial mostra o presente, o hoje, o agora,
Angústia, não há respostas nesse tempo,
Buscamos então a nostalgia do passado,
Os velhos baús de madeira de cedro,
Dentro dele a saudade, os significados,
O que era familiar, o que nos aquece,
A vontade de nele adentrar,
Ficar em posição fetal, esperando,
O sono, as respostas, uma outra vida,
O que serena o coração machucado,
A cura, na brevidade das urgências,
Ah, tempo, tempo, tempo, o que fazes?
Deixa-nos aqui a questionar o próprio reflexo,
Enquanto suturamos nossos cortes,
Inscrevendo cicatrizes da jornada de afetos e desamores tatuadas no corpo,
No contraposto de uma alma que só se revela para uma outra alma que de verdade a entenda...