1980
Acordei no ano de 2080,
Era novamente jovem,
No espelho um estranho,
Por dentro rememorações,
Nostalgia gritando fundo,
Sai à rua e vi carros voadores,
Marketing em Realidade Aumentada,
Robôs e humanos convivendo,
Toda a ficção científica dos filmes,
No futuro confirmada em segundos,
Tudo aquilo não me preenchia,
Não havia sentido, só mais solidão,
Voltei ao bunker para refletir,
Nas demais horas era só insensatez,
Escrevendo cartas para o passado,
Entre delírios de fuga ao início,
Formulando equações de retorno,
Criando feitiços de viagens no tempo,
Loopings mágicos da física quântica,
Quebrando espelhos à procura,
De portais, de túneis, de saídas,
Que me levassem de volta,
Queria os anos 80, mas do século XX,
E tudo o que encontrei foi um violão,
Restando as músicas daquela época,
Melodias inspiradoras de encanto,
Acabei adormecendo em lágrimas,
Acordei agora há pouco desnorteado,
estou de volta ao ano do encanto,
1980, e não quero mais ir embora...