Sentidos Pressentidos

Nos versos efêmeros,

De um espectro pulsante,

O morro dos ventos uivantes,

Mantém seu legado melancólico,

Da colina a paisagem verdejante,

Rotas trocadas e fechaduras trancadas,

De onde venho, para onde vou?

A filosofia que nos guia sem bússola,

Ronrona tentando capturar a sombra,

Enquanto meus instintos arriscam,

Meus pés me conduzem no destino,

De sentimentos outrora cínicos,

Porém feridos pelas circunstâncias,

Congelando na frieza da chuva fina,

Sangrando silenciosamente no contraste,

Da punhalada que quase me ceifou a alma,

Ah, sim, na contradição me perco,

Entre a vontade e a indiferença,

No significado me encontro imberbe,

Na rotunda dos caminhos vários,

Observo fisionomias não familiares,

No reino do desconhecido tateio,

Como um cego tentando ligar os pontos,

Há dúvidas, angústias, desesperança,

No sofrimento do jovem Werther,

Do saudoso Goethe em seu clássico,

A eternidade dos sentidos pressentidos,

Sou a poesia melódica de muitas eras,

No labirinto de sonhos sem um final...