Alma de papel

Escrever é comprimir uma ferida, ainda palpitante:

Vertem-se pus e sangue de um’ alma em agonia,

E pela fenda que se abre sopra a vida,

cicatrizando a dor da existência …

A cada verbo que desponta, arde a mágoa

Decifra-se um grito calado da garganta,

Imprimindo nas letras em curso

a matéria invisível da essência

Toda linha que se encerra

arranca um tampo, crava uma marca

no tecido de palavras entrelaçadas

E antes que a tinta acabe,

é preciso embeber a pena gasta

nos veios da alma desbotada

Pandorahightech
Enviado por Pandorahightech em 01/08/2024
Código do texto: T8119904
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