Humildade
Não dormiu em demasia, o sol que bem aquece, ilumina os belos, os feios, os bons e os tolos.
De grandeza e luzeiro, não negou o brilho às pequenas fendas.
Sobejou de águas, muitas, o mar que engoliu a terra, todavia, o ribeiro não desistiu.
E a lua, branda e crescente, da cândida e prata, enfeita as terras más.
Oh, humildes, e pedras de fundação, que na dureza e sizudez, sustenta os palácios dos arrogantes.
A brisa que bem refresca, não levanta sempre a tempestade e ira dos vendavais.
De fraqueza e tal miúda, da feia e carcaça, oh, homem de mal tamanho.
Dorme, come, balbucia, um arroto de desdém.
De orgulho e bens que palpa, ostenta um valor de passagem.
Até de tumbas, é gavola.
Um orgulho de poeira, flores de baixo preço, um esquecimento de eternidade.
Não dormiu em demasia...
João Francisco da Cruz