Tocos e vasos velhos
Tocos e vasos velhos
E cansou da flor antiga, do vaso feio, do móvel tosco.
Doía a trinca, da tinta fresca, tão desgastada, pobre de barro.
Floriu num tempo, outonos frios, toco sem seiva, em pó, ruiu.
Antes, florada, ninhos e passaredo, manhãs de folhas.
A calçada chorou de fragmento, o cimento negou a força.
Era de sombra e vaso belo, a flor apanhada, sorria de disfarce.
A beleza chora no corte, o barro se ostenta de vermelho e floral de sangue.
Troncos, seiva e vaso, barro de pó, ostentação de instantes, cores de uma nuvem, folhas cansadas.
Quadros duram o tempo de uma lembrança.
A tela incita a beleza velha, traças sorriem de moldura.
Perde se à vista, numa curva de amanhã.
Como rios lentos, enganam de calmaria, e águas descambam tão discretas, ao mar.
E cansou da flor antiga...
João Francisco da Cruz