Penhascos e Letras
Penhascos e letras
Abismos negros, pedras que doem, um fim de rocha, só resta um foço.
De calabouço, trancas, ferrolhos, um muro mero, penhasco e morte.
Buscas e letras, grades do ego, um ar, um sol, dóceis poemas.
E além dos mundos, muralhas, colunas, um vasto campo, tal liberdade.
O que o faz, de asas e ares, acima dos sóis, alma de pássaro.
Corrente de ventos, gaiolas soltas, oh, livre verbo, livros e paz.
Castelos sombrios, pontes e fronteiriço, despencam alicerces da ignorância.
Abriram se os janelões, os soldados e guardiães, tombaram num tal penhasco.
A letra e asas, bem dos poemas, tão vis melenas, se bem, curaram.
Abismos negros...
João Francisco da Cruz