Escorregadio
De riso curto, o tolo tosco, feio e grisalho, gritou na esquina e quebrou o gargalo.
E pelos paralelepípedos, despediu se o sapato velho.
A madrugada sentiu a falta do bêbado, o pássaro acordou tão tarde.
Viu o escorrer da lama, do lodo e gosma, tramas, se despirem e de vergonha vermelha.
Sobressaiu no monte, como o sol de um dia simples, brilhou tão palmeira, mar e areia de calmaria.
Na flor discreta, fez beleza de colibri, a crisálida obresrva.
Desejo um sussurro de paz, à um barulho de mentiras.
Tão só, a pedra enfeita a estrada, beija de amor e suculento, o molhar da queda e águas.
Sucumbi de gemidos, o riacho não morreu.
Gozou bem morno, na fundeza e poço, na carne e rocha, na corredeira feliz.
O feio foi quadro de museu, brilhou entre lacunas turvas, lugares de poucos.
De riso curto...
João Francisco da Cruz