Camaleões e Poetas

Pintou tão bela, a cor, o mato, a tela, o quadro, um camaleão de surdina que camufla.

E o tal besouro, dormiu na erva, de seu descanso, tornou se a presa.

Que belas são, tintas da vida, pássaros nús, água escorrida.

Um Sol que surge, todo amarelo, por entre os mares, flores, campinas.

E do casulo, mórbido fecho, compõe às flores, tal borboleta.

La dos grotões, flui doce água, cascatas formam, rios, ribeirões.

E um menino, corre entre os campos, leva uma rosa pra seu amor.

Aquele velho que conta estória, tinge de cores, sua memória.

Poetas, loucos, moças, rapazes, e gafanhotos, todos se amam.

Camaleões choram partida, a cor bem nova, disfarça a dor.

E assim são, homens, abelhas, tolos, poetas, ricos, camaleões.

Texto que aponta que todos somos um pouco poeta, um tanto frágeis, mutantes na nossa estória, caçador e presa, belo e horrendo.

Instáveis, inconstantes, mutantes.

Bom e cruel, na tinta e quadro que estamos sujeitos.

João Francisco da Cruz