INLITERATURA
Na antologia da minha inliteratura,
quando um espírito não nascido
catalogar meu todo inescrito,
os poemas sem partitura,
as letras transpostas sem traço
pela cor que há de ter o espaço,
quando este infame nascituro
parir minha desafortunosa letradura
nas aduncas línguas de bocas tortas
que lobregam os becos mais escuros,
o obnóxio alimentará as tochas
de todo este fado tóxico e a fumaça
há de levá-los para o estado da arte
até escarrarem minha última palavra
ou tê-la presa em eterna asma.
Diego Duarte dos Santos