INLITERATURA

Na antologia da minha inliteratura,

quando um espírito não nascido

catalogar meu todo inescrito,

os poemas sem partitura,

as letras transpostas sem traço

pela cor que há de ter o espaço,

quando este infame nascituro

parir minha desafortunosa letradura

nas aduncas línguas de bocas tortas

que lobregam os becos mais escuros,

o obnóxio alimentará as tochas

de todo este fado tóxico e a fumaça

há de levá-los para o estado da arte

até escarrarem minha última palavra

ou tê-la presa em eterna asma.

Diego Duarte dos Santos

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 05/06/2024
Reeditado em 05/06/2024
Código do texto: T8079382
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