Escrever, ambiguidade...

Escrever, ambiguidade…

Porque melhor que escrever, somente não existir.

Estar aqui, ambiguidade…

Vai ter que decidir, depois que escolher.

Sim ou não:

O que é bom pra mim, não me convém…

Sim, não:

O que é bom pra mim, meu veneno…

E o que é bom e o que é mau, é só questão de distância…

Escrever, ambiguidade…

Porque melhor que existir, somente escrever.

Existir, ambiguidade…

Porque vai ter que aprender com o que não é professor.

Dor, aqui agora, um pouco distante…

Quero alívio um instante…

Mas eu detesto o pensar que fugi... eu escorracei

Meus dêmonios.

Escrever, ambiguidade…

Porque melhor que dizer, só sugerir, exprimir…

Lançar-me para fora de mim

É o gesto que não posso…

É o gesto que lanço mão com a mão que não tenho…

Estou cansado de ser um destroçado

Na calçada do tempo…

Escrever, ambiguidade…

Na borda do bosque

Engulo uma nuvem

Emito um rasgo!

Quem dera o livre:

Mas o traço, o troço, a voz, o falo.

Eli Jardel Alexandre
Enviado por Eli Jardel Alexandre em 30/05/2024
Código do texto: T8074785
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