A PORTA
O amar diz-se,
De si para si,
Faça-se em
Mim, o que sou,
O feliz, bem feliz,
Não, o apenas
A sonhar!
Ao que, de dentro
Do sonho,
Acorda, e agora,
A uns olhos
Injetados de
Brilhos de facas,
De cortar recortar,
Ei-lo já, ao poema…
Incontinente,
Todo desforra, e
Forra de palavras,
A cama, donde
O sonho de
Sonhar-se, sonhava.
Brota-a toda,
Versos, palavras,
As que aqui vai,
Já que não
As tantas
Para tanto, acaba-o
Em quarto, chave…
A porta bate,
Tranca-o. Já
Ao corredor
Lê-se a mensagem
Que leio:
Não estou,
Mas, volto!