Odeio a poesia

I

A poesia me ajuda a odiar a vida

Ela, veneno amargo que aprendi a tomar

Num vício que só a tumba há de curar.

Poesia, ridícula forma de suspirar.

Deixo-me ser todo teu, e já me odeio

Pois durmo e logo veem-me cenas de um lugar

Todo negro, e naquilo que chamamos pesadelo

Acho, nas alturas da agonia, o meu lugar.

II

Odeio a poesia

Ela assim, que me fecha os olhos

Quando preciso estar atento

E me mantém sonolento

Em noites em que não posso descansar. Tudo culpa dela

Cadela suja e violenta

Que canta sua canção muito bela

Quando estou terrivelmente perdido.

Pasquali
Enviado por Pasquali em 25/04/2024
Reeditado em 25/04/2024
Código do texto: T8049422
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.