TRAJETOS, OBJETOS E INDIVÍDUO
Esqueça-te
Compreendendo quem sois à luz do sol
Sem reverberar ao céu quem deixou de ser
E assim jamais esquecer
Senão pela agonia de não
Amar-te.
Lembra-te
De todas as vezes que correu
Sem esperança de voltar ao ninho
Disperso pelo universo sofreu
Voltando mais forte ao provar o espinho
Acordou livre, viveu e pôde
Sentir-te
Enfrenta-te
Quando não despertares da própria vaidade
Num lampejo de consciência febril
Tome os rumos da sua real intensidade
Sem esquecer das dores que sentiu
Pronto a descobrir a própria verdade a
Encontrar-te
Veja-te
Em espelhos de vidro ou d'água
Nos rios profundos do inconsciente
Onde estais presente toda a mágoa
Que tornou-lhe tão frágil dependente
Sem esquecer de quem fostes
E por um minuto desandou-se e
Roubou-te.