A MUSA INESPERADA
Baseado numa Escultura de Leopoldo Martins
No oco das
Palavras, no
Tão Interior
Delas, vontades
Dançam, as de
Brotar Musas, e
Às vezes, surge
Do nada, surpresa,
Uma, a que não
Se sabe caber
Nos versos, e nem,
Ao menos ver-se,
Em letras sílabas…
Repentina, já
Nelas, dá-se a ver
Pé ante pé, andar,
Olhos arregalados:
- Onde estou?
E assim vai
No ir-se desse
Fazer-se, A
Bela, ao não
Menos belo, o
De se achar
Ao poema. Feliz,
Palavra por palavra,
À ponta do grafite, a
Arte final: A que sorri!