Cada palavra que me deixa me esvazia
Eu não entendo
Essa resistência
Em escrever.
Escrever é como morrer.
Morrer pelas palavras,
Morrer para que elas nasçam.
Queria cortar minhas mãos fora,
Acho que me doeria menos.
Queria aprender a escrever mentiras.
Meu sangue está secando,
Já não é tão boa tinta.
Os sentimentos estão se esgotando
Em pílulas rosas, brancas e azuis.
Se não restar o que dissecar,
Talvez eu desapareça.
Um cadáver esgotado,
Sem pele e sem ossos,
Nem mais um fantasma.
Enfim, não serei nada.