Encontro da Poesia
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia?
Quem diria que um sete-pele ditaria o poético,
E a confusa euforia de um jovem criativo
Se dissiparia com chulas ideias de poesia.
O que é poético, eu lhe questiono.
Que eu não fui o primeiro a mencionar
A procura da poesia e a agonia de uma categoria
Inexistente à uma arte tão inconsequente como a poesia,
Não é novidade.
Pois, o ar quente de uma face ardente que murmura suas vivências
E no virgem papel cospe sua mente: eu não sou poeta.
Mas poeta posso ser, se minha careta de gozo for muito além
de um sentimento frequente.
Quero ser gente grande e mastigar poesia;
ler o jornal da tarde e tomar café às quinze.
Porque isso é ser gente grande,
E digerir o que escrevo, ainda assim, não é poesia.
O que é poético? Imagético é o amor representado em espúrias palavras.
Abraço o poema, venero o poema e a cada dia reouço suas rimas
Que me surpreendem toda vez.
O que eu sinto? É poético.
E não espere que eu elide o sujeito de um produto poético.
O que eu penso? É poético.
E não espere que eu elide o objeto de um produto poético.
Minha carne? É poética.
E não demoro a lembrar que a posição estelar
dita as mazelas do futuro,
Que escrevem no meu peito os limites de minha existência.
E não espere que eu não diga, aos senhores da vida,
Que meu coração erra as batidas no azul de um certo olhar.
Minha alma? É poesia.