ELCULPINDO PALAVRAS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

ESCULPINDO PALAVRAS - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

Se eu escrevo uma trova ou um soneto,

não preciso nem dizer quem eles são,

se o interlocutor só vê um esqueleto ,

nunca entende o que diz um coração.

Os Poetas, Trovadores ou Contistas,

os Cronistas, Romancistas... Escritores

luminosos Artesãos, são Alquimistas

do amor, quando eles sentem suas dores.

Sendo assim, quem olha apenas, nunca vê,

como quem muito ouve, nem sequer escuta,

porque esse olhar tão crítico não crê

que há poesia entre as sombras de uma gruta.

Perspicácia acompanhada de arrogância

é uma ânsia implacável, desmedida,

de quem vive criticando, com constância,

algemando a criação que enfeita a vida.

Não escrevo para quem vê, num poema,

formas vãs que não exprimem conteúdos,

quem não tem, quando nos lê, a alma pequena,

nunca sente o nosso amor com vãos estudos.

Ao contrário, sente tudo o que sentimos:

nossos sonhos e desejos, nosso amor,

e até mesmo a dor que, às vezes, omitimos;

da palavra, o poeta, é um escultor.

Não me importa quem se importa com o defeito,

se há no peito do poeta, pulsação,

pois se os óculos não enxergam direito,

o que vê o olhar é só decoração.

E o artista da palavra não decora

o ambiente que constrói a inspiração

porque toda vez que um verso, nele, aflora,

poliniza em vez do meu, seu coração.

Às 22h e 30min do dia 26 de julho de 2023 do Rio de Janeiro, Publicado e Registrado no Recantos das Letras.

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