Lagrimas do cárcere, (Um artista plástico pintando sua tela)

Lágrimas do cárcere, senzalas malditas,

Formas disformes, fragmentos de aflição.

Cubos de dor, em cores conflitas,

Na tela da opressão, a triste composição.

Linhas retorcidas, angulares e confusas,

Espelhos quebrados, reflexos desfigurados.

Pedaços de memórias, histórias difusas,

Em cada cubo, um grito silenciado.

A solidão aprisionada em cada forma,

Desconstruída, despedaçada na escuridão.

No jogo de formas, a dor se transforma,

Desafiando a lógica, a razão.

Cores vivas e opacas se mesclam no ar,

Tons de tristeza, de revolta e desespero.

Num mosaico de sofrimento, a desafiar,

A estrutura, o mundo inteiro.

No cubismo das lágrimas, a esperança persiste,

Em cada ângulo, a resistência floresce.

Libertando-se das correntes, a alma insiste,

Em transformar a opressão em arte que se oferece.

Lágrimas do cárcere, senzalas malditas,

Cubismo de histórias e lutas submersas.

Revelam-se nos traços, nas formas tão aflitas,

A busca pela liberdade, que não se dispersa.

PauloPereira
Enviado por PauloPereira em 07/06/2023
Código do texto: T7807594
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