Lagrimas do cárcere, (Um artista plástico pintando sua tela)
Lágrimas do cárcere, senzalas malditas,
Formas disformes, fragmentos de aflição.
Cubos de dor, em cores conflitas,
Na tela da opressão, a triste composição.
Linhas retorcidas, angulares e confusas,
Espelhos quebrados, reflexos desfigurados.
Pedaços de memórias, histórias difusas,
Em cada cubo, um grito silenciado.
A solidão aprisionada em cada forma,
Desconstruída, despedaçada na escuridão.
No jogo de formas, a dor se transforma,
Desafiando a lógica, a razão.
Cores vivas e opacas se mesclam no ar,
Tons de tristeza, de revolta e desespero.
Num mosaico de sofrimento, a desafiar,
A estrutura, o mundo inteiro.
No cubismo das lágrimas, a esperança persiste,
Em cada ângulo, a resistência floresce.
Libertando-se das correntes, a alma insiste,
Em transformar a opressão em arte que se oferece.
Lágrimas do cárcere, senzalas malditas,
Cubismo de histórias e lutas submersas.
Revelam-se nos traços, nas formas tão aflitas,
A busca pela liberdade, que não se dispersa.