POLINIZANDO POESIA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

POLINIZANDO POESIA - Luiz Poeta

O tempo passa, a poesia não repousa,

ela só pousa onde repousa a fantasia,

por ironia, o poeta que mais ousa,

rabisca..lousas...com a sua ousadia.

Página em branco é um céu ou um abismo,

um mar profundo ou manso, um rio....cachoeira !

...a brisa clara amainando um cataclismo,

a tromba d'água rolando na ribanceira...

Verso é desenho: uma pétala, um olhar,

risos, sorrisos, uma lágrima feliz

...ou infeliz... uma garça sobre o mar,

uma orquídea emoldurando uma raiz...

Um bebezinho aprendendo a caminhar,

um filhotinho rosnando... para uma flor,

um cisne negro num lago, a

nos inspirar,

uma florzinha amando um frágil beija-flor.

Há tanto amor e tanta dor na alma da gente

e o poeta é o sublime tradutor

desse idioma que se solta na corrente

e faz a gente abençoar o próprio amor.

Algumas vezes, por sermos tão sonhadores,

nossos amores polinizam-se sozinhos

e vão criando vários tons em várias cores

na poesia semeada no caminho.

Que passe o tempo ! ...e que a cada releitura

da nossa vida, a ternura, mais que tema,

seja o amor reconstruindo a criatura

que poliniza a estrutura de um poema.

Às 9h e 4min do dia 6 de maio de 2023, Registrado e Publicado no Recanto das Letras.

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