A LUCIDEZ ENTERNECIDA (versão II)

– para o Mestre Armindo Trevisan

Vezes há em que pressinto

o condão dos fados intimistas

noutras, a espada do libertador

tudo em nome dos rituais

de a(r)mar valores

grávidos de humanidades.

Afoga-se no verso a inquietação

de estar vivo, psicoativo de silêncios

em imperativas mudanças

impotências a estatelar inércias.

Assim a Poesia, caótica em mim

por seu florescer lavrado de metáforas

cumpre o humilde desiderato.

De mansinho, sonhadora

ela sai de cena por não haver espaço

no mundo dos fatos: mágica

como se, por anonimato

nunca tivesse criado porto.

Todavia, vivemos nela em original:

a augusta casa do ser

inútil morada de invenção.

MONCKS, Joaquim. O CAOS MORDE A PALAVRA. Obra inédita em livro solo, 2023. Segunda versão.

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