Meu velho arauto
Acordei certa vez possuída,
Mal enxergava mas estava farta do que via.
Imóvel no mundo, fazia de tudo,
E tudo doía.
As mãos fraquejavam e a cabeça fervia,
Era a fusão do meu velho arauto,
A boca travada, a trava vivia.
A vida travando a boca.
A boca calando a vida.
Senti que gritava mas falava baixo.
Quase que rezava meu arauto.
E eu rígida esmurrando as cabeças,
Vozes pretéritas surgiam mais que perfeitas.
Estou louca aos vinte, me peguei lamentando,
Melhor que aos oitenta a voz veio gritando.
Num conformismo me abituando.
Bocejei como quem acorda,
Acordei de muitos anos.
Sonhando na anarquia
veio a guerra se declarando.
Vida paralitica á morte andando.