Escrever pra curar

Falei ontem mesmo

Num salto, um atrevo

Bem assim em riste

"Nunca mais escrevo"

Mas logo senti fome e sede

Esqueci meu nome, não queria rede

Me veio então ofertório

Bem assim contraditório

Do coração que ferve gelado

Dos poros que suplicam

E da mão que insiste

Tremi dizendo "não tem jeito"

Escritor sem escrever

É vida sem fuzuê

É carnaval sem frevo

É oração sem sujeito