EMOÇÃO QUE NÃO SE VENDE - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.

A cada dia a dor se esmera em maltratar

quem tem no olhar a alegria de viver,

porém, se a vida é muito mais do que sonhar,

que o sonhador faça essa dor esmorecer.

Se um poeta é fingidor por excelência,

a inocência, nele inata, o desmente

poque ele cria com arte, sonho e coerência,

a incoerência do amor que ele.... nem sente.

Se, num momento, a dor mais funda o torna triste,

ele insiste... o poeta imortaliza,

sua saudade... ela vem e nunca avisa,

mas a poesia sabe bem que ela existe.

O amor é sempre espontâneo e surpreende

Quem não entende o seu poder abençoado

De resgatar em cada ser amargurado,

A emoção de ser feliz que não se vende.

O armamento de um poeta é o sentimento

Inspirador do sonho doce que o contenta,

e é a tristeza momentânea ele enfrenta,

que alimenta a leveza de um momento.

A dor dilui-se no amor... quando se expressa,

ela confessa, pelo brilho de um olhar,

que toda lágrima precisa revelar

cada mistério que um sofrimento engessa.

Mas esse lírico escultor metaforiza

que ele sente... e que o leitor o interprete,

pois é em cada emoção que se repete,

que um sonhador constrói o que o imortaliza.

Às 15h e 16min do dia 19 de Janeiro de 2023 do Rio de Janeiro, Registrado e Publicado no Recanto das Letras.