SUBLIME 💠
Saber não me resta letras
Um caderno
De linhas e suas arestas
Cada alinhavo envieso
Enche o vão e suas frestas
Em cada verso que encerro
Devia a ideia ser tal norte
Que eu não me perdesse do cais
Mas quanta inocência espero
Nestes versos se tornando labirintos
Que me prendem no jamais
No inverno a neve impede
E as folhas hibernam gélidas
Nevam palavras de frio
Cada grão que cai no tempo para
O clarão que se antevê trás chuva
Serena fino, suave, castiga e açoita a alma
Cada tempo leva seu poema próprio
Identidade que a estrofe procura transmitir
Sem se ressentir deste prazer inócuo
Cada verso já estava pronto no porvir
E Insólito o poeta os sublima
Um por um
In loco* - agora - e aqui
*expressão em latim = no local
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