DESPALAVRA 💠
Tua despalavra
O não pensamento
Fazem-se um mundo a parte
Onde mudo não gritas
Nem te atreves
E o teu silêncio, se esvaindo, silencia
E o teu murmúrio é proibido
É quase o perto
Porém, longe demais pra tocar
No entanto ao alcance da mão
E tua voz muda brada teu silêncio
Daquilo que ninguém quer ouvir
Mas ouve
Do que todo mundo viu, mas finge
E teu contentamento Insano
Não satisfaz o paladar amargo
Tua despalavra
Fatídica adaga e seta lançados a esmo
Que não atingiu ninguém, mas feriu
Que não alvejou ninguém
Mas rugiu feito leão morto
O urro se fez teu ardil e coragem
Despalavra que se voltou para ti como o eco se desprendendo da caverna
Do vácuo
Das paredes que rebateram tuas lágrimas
E ricochetearam nas paredes
O projétil do assassino sem tática
No escuro, mágica
No absurdo, lógica
Tua falácia
No entanto é assim
E eis um corpo
A vida é feita de vazios a serem preenchidos
Uma guerra louca onde as primeiras armas são palavras
Que brotam de onde ninguém vê
Nem quem fala
Nem quem calou ou ouviu
A vida vazia pra ser preenchida por outras vidas ocas
E as palavras são o molde da alma
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