O sublime perfume de uma flor poética
Na esfera literária sempre estou
escrevendo, traduzindo
ou, realmente publicando
nesse fabuloso mundo
de versos e grande esplendor
e, de quebra ainda me aventuro
na filosofia
livre de qualquer agonia
por não ser dependente
dessas instituições criadas
com a função de controlarem
e, sob esse poder ficarem
mentindo e escravizando
os otários que já viraram
num literalmente oceano humano
trabalhando para as elites
como verdadeiros escravos
na ilusão que uma melhor vida terão
quando como vassalos daqui se passarem
sem saudades deixarem
e, isso é que terão de averiguarem.
Quanto à mim, continuo assim,
tanto pesquisando como perfumando
as letras que sem enganos
naturalmente crio
e, com isso aumentando
a nossa belíssima literatura
de imenso teor e livre das frescuras
tão existentes nesse mundo vazio
de idéias como de perfume
daí faltar o deslumbre
e, nele sentirmos calafrios
devido os inúmeros horrores
que em seus dramas fazem
em vez de poemas e brilhos,
por isso me qualifico ser
uma flor sempre perfumada
num deserto de pedras e espinhos
pela ausência de brio.