a vontade à vontade
urge a escrita
quando nenhum prazer apazigua
a existência.
tantas palavras arrancadas de um lugar
impossível às horas, inexistente a estar;
tantas construções e sangue e sangue
e sangue que por fim se tornam advérbios
pavimentado ao inferno; um longo caminho
de fantasias, como aquelas que hoje você
não engole mais nenhuma oração e vomita
escondido
os parágrafos lidos debaixo do cobertor
com uma lanterna madrugada adentro.
urge, e a agonia cresce conforme o tempo
passa sem o lápis a mão e a folha em branco
encarando seu desespero de tentar mais uma
vez.