Esse poema de vidro

Esse poema de vidro

Que sai pela tarde

Ardendo sem saber

Desdobrando-se

Excedendo

Até que nada mais

Exista

A não ser

Esse pequeno pedaço

De nada

Que flutua

Imitado pela morte

Sem esperança

A não ser

Essa poça de dor

Onde o poema

Se espelha

Se espalha

Se dissolve

Até se tornar

Um grande arremedo

Por onde passam

Os submarinos

Que voam além das fronteiras

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 20/10/2022
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