MÉTRICA

Grilhão augusto, palavra maldita!

Sem ti, inocentes meus versos seriam!

Quantos tentando agradar-te sucumbiram

Abatidos por uma descrença infinita?

Rainha perversa, invenção carrasca!

Por ti, sacrifico meu tempo de vida!

E ao adequar-me à tua lógica corrompida

De meu lápis não resta nenhuma lasca!

Padroeira inesgotável, régio impedimento!

Sob ti, abrigas hostes gramaticais!

Transitas docemente dos sons marciais

Para o maior nobre e triste lamento!

Deusa olímpica, inspiração pujante!

Para ti, consagro meu coração!

Apenas peço tua compreensão

Ao aceitar esse poema pedante!

Felipe Barroso
Enviado por Felipe Barroso em 21/08/2022
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