MÉTRICA
Grilhão augusto, palavra maldita!
Sem ti, inocentes meus versos seriam!
Quantos tentando agradar-te sucumbiram
Abatidos por uma descrença infinita?
Rainha perversa, invenção carrasca!
Por ti, sacrifico meu tempo de vida!
E ao adequar-me à tua lógica corrompida
De meu lápis não resta nenhuma lasca!
Padroeira inesgotável, régio impedimento!
Sob ti, abrigas hostes gramaticais!
Transitas docemente dos sons marciais
Para o maior nobre e triste lamento!
Deusa olímpica, inspiração pujante!
Para ti, consagro meu coração!
Apenas peço tua compreensão
Ao aceitar esse poema pedante!