UM DIA, UM ANTI-TEXTO E UM ANTI-POEMA

Um dia numa anti-entrevista, hão de me perguntar porque escrevo tanto

Razão que não saberei explicar o porquê de tantas palavras

De tantas frases desordenadas e não ditas

Não sei porque escrevo

Porque registro

Porque descrevo

Nem mesmo a conclusão desse bendito anti-texto sei

Também não sei respostas

Tudo existe numa dimensão de onde fluem os pensamentos

Talvez me perguntem sobre os dias de outono

Ou quem sabe sobre os ventos de abandono

Talvez quem sabe dos dias em que me fiz de dono

Das palavras

Sem saber que eu quem sou a presa

As palavras de um anti-poema batalham numa luta pela não-existência

Porém perder esta batalha é questão de paciência

Nesta guerra pelo texto

Se rebaixar e não escrever

É aceitar um papel em revolta

de subserviência

Coisa que a um poeta é difícil de aceitar

Quanto a mim, escrevo um retro-poema pra combater o marasmo

Diante das perguntas me calo

e continuo meu combate

com a lança à prumo

e montado em meu cavalo

21/06/2022

12:24hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 21/06/2022
Reeditado em 21/06/2022
Código do texto: T7542529
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