Como Bilac

Documento em branco

Reaberto e editado

Preencho agora digitado

Com um mais poema que canto.

Vou reclamar, que não se importe

Que loucura é essa vida

Com qualquer gosto de morte

Olhando por certa via.

Esse ocio de escrever

Um ofício de esvaziar a mente

Quer livrar-me do Diabo, tão urgente,

E me joga-lhe ao colo, deprimente.

Explico-me, antes que parta

É que nada me aparta dos versos

Nem meus versos junta ao povo

De inverso, quase morro

De racionalmente alma alguma

Ler meus versos, a não ser alguma

Uma e outra alma penada

Que no curso de sua estrada

Se identifique com minha solidão,

Mas, meus versos esses não

Me trazem pão, prestígio, ou glória,

Não os deixo na memória

Mas lhes faço exposição

E por quê e pra quê não sei

Convencida de que errei

Dizer ao mundo, sou poeta

Me consumo nessa dor

Que é mais ou menos secreta

De compor e publicar

Versos que mesmo livros

Parecem-me estar em gavetas

Visto que ninguém há visto

Lido, amado, até manifestado

Qualquer espécie de desdém.

Ah desdém seria melhor,

Muito mais que ignorado

Talvez faria do meu pior recurso lírico

Me tornasse melhor ourives

E como Bilac, poeta rico.