METAMORFOSES SEMÂNTICAS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
METAMORFOSES SEMÂNTICAS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil
A palavra é granada... e
passarinho
Que se solta da palma da nossa mão...
Pode ser a iminência de explosão
Ou uma prova incontestável de carinho.
Quem a ouve transfigura-se e a transforma...
No que sua emoção possa criar:
Na ternura mais feliz de um doce olhar,
Ou na dor mais visceral que ela deforma.
E nessa metamorfose inesperada,
Onde o nada inicia quase tudo,
A palavra não carece nem de estudo...
Pois em tudo, ela é livre e... aprisionada.
Muitas vezes, carecendo de carinho,
Passarinho que apenas quer voar,
Por ser frágil, busca a solidão do ninho,
Mas descobre que a gaiola é o seu lar.
Quem contenta-se em cantar... mas perde o canto,
Faz do pranto a melhor forma de expressão,
Cada gota que desliza, entretanto,
Move a roda que conduz a emoção.
Outras vezes, mira os olhos presunçosos
De algum ganancioso predador
E o provoca... esses... são tão perigosos,
Que até podem destruir o seu amor.
E a palavra, às vezes tão silenciosa,
Modifica -se...aciona-se... e explode,
E até acha a explosão... maravilhosa.
Porque pode balançar quem a sacode.
A palavra nos acode ou nos rejeita,
Ela deita, mas não dorme... ela pulsa
Como um coração que brinca e que se enfeita
Muito mais, quando a inveja é mais convulsa.
Entretanto é na palavra que o amor
verdadeiro, terno e doce se projeta,
porque há, nesse momento sedutor
o amor que adoça a arte do poeta.
ÀS 8h e 33 min do dia 23 de setembro de 2020 do Rio de Janeiro - Cabo Frio - Registrado e PublIcado no Recanto das Letras.