INCÓGNITA
Escrevo um poema jamais escrito
muito menos lido
nem recitado
Escrevo um verso nunca pensado
nunca impresso
nunca falado
Esse verso que escrevo não fala de mágoas
nem de segredos
Este verso começa a romper a flor d'água
como magia
feito brinquedo
Este verso em incógnita rompe a ponta da língua
nem o decoro
tampouco o prendo
é livre em si mesmo
O verso paira solto na alma
flutua no ar e me acalma
rompe a aura do eterno
e trás consigo a pauta dos sentimentos
A poesia que nasceu
não a conhecia
Apenas aprendo que escrevê-la depende mais da palavra
do que de mim
E então me rendo
Me torno ao mesmo tempo
poeta
papel
e verbo
solto a voar no vento
03/06/2022
23:24hrs