Poesia da chuva

Com a harmonia de pingos tão precisos

Como a chuva que alimenta o chão destas terras

O ritmo desacelerado que se revela

Ecoa como uma declamação em harmonia.

As chuvas que, mesmo em pancadas, são poesia

Deixam sua passagem nos pingos na janela

Mesmo acompanhada por pausados "gritos de guerra"

Ao longo da noite ecoam "sons do paraíso ".

Como a chuva, os versos podem ser excessivos

Na sonorização de suas palavras

Trazem marcantes prejuízos.

Como esquecimentos rolando pela escada

O passado como prévio aviso

De que não se pôde fazer nada.

As chuvas inconstantes "maus presságios "

Diante do solo urbanizado

Alimenta o que no campo tem prosperado

Fazendo desse estigma, mero estágio.

Marcel Lopes

29/05/2022