ANTÍTESE EM VERSOS

Despreparada e loquaz

tal indagação vem a mim como bomba lançada em perpendicular

Ingênua casca de madeira

Mas por dentro densidade

Poli talhada em facetas belíssimas

Obra de esmerado escultor

Mas não me deixo enganar

Logo eu

Candidato a artista

Que mesmo de curta vista

Jamais me deixei enredrar

Já fui rocha pederneira e chamusquei alíneas em indrisos incendiários

Kocktail Molotov em cenário

Pavio pronto aceso

Prestes a causar um estrondo

Feito verbo retardatário

Não me escondo

Nem escudo tenho usado

Feito alvo exposto pra levar projétil

Mas a alma leve

Plana

Volátil

Um plasma voluntário

Hoje sou folha

Verde Branca amarela

A cor não destoa do seu objetivo

Mas é de menor importância quanto as palavras que transporta

Sou palíndromo visionário

perdido de tanto versar

Sou a pena e o nanquim

e aquarela que desbota

Sou falência e bancarrota

Pronto pra me arquitetar

Na poesia que habita em mim

Ainda que não queira ser

meu retrato feito em versos

Sou cidadão antiquado

reverso do homem moderno

Ainda que não queira ser

um mormaço em pleno inverno

Sou enigma em causticannte

antítese do inferno

Feito brasa que tatua

Marca a pele feito ferro

Ainda que não seja eu sou

Soy loco por ti poesia

Sou o nao-ser Feito harmonia

tento espalhar o não-ser

em escrito indiferente e restrito

Encerro.

29/05/2022

10:50hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 29/05/2022
Reeditado em 29/05/2022
Código do texto: T7526255
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