POLENS AZUIS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
POLENS AZUIS - Luiz POETA - Luiz Gilberto de. Barros
Quando a vida envelhece, a poesia
se sublima de maneira tão intensa,
que até mesmo o coração pensa que pensa...
mas não pensa... apenas flui... com nostalgia.
O poeta se resgata na essência
do abandono que ele tem por moradia
e sorri para uma doce rebeldia
que esmaece na mais terna sonolência.
O vazio de uma página, à espera
de qualquer resquício doce de emoção,
há de abencoar, dentro da solidão,
até mesmo a sensação de primavera.
Poesias se sublimam... há poetas
que até no mais onírico estertor
vão sorrir, polinizando, a alma do amor,
é assim que eu te completo e me completas.
Quando a vida se torna tão... diminuta
ante a arguta intenção que nos magoa,
é que o tempo redescobre o sonho... e voa
para dentro do abismo que o perscruta.
Tu que tens o mesmo olhar que eu também tenho
e que sentes a essência do que eu sinto,
hás de ver, com o mesmo olhar, tudo o eu que pinto,
porque vens do labirinto de onde eu venho.
Nossos olhos hão de estar tão diluídos
na emoção que abstração nos ofertar,
que eu também verei, na luz do teu olhar, os teus sonhos doces... multicoloridos.
Quando a vida embrutece, a fantasia
mais se alia à solidão que nos visita...
porque a dor do desamor só é finita,
quando o sonho sempre nos faz companhia.
Meu olhar, meu doce irmão ou doce irmã,
são teus olhos, quando a luz dos olhos teus
se refletem nos azuis dos olhos meus
colorindo, de azul, nossa manhã.
...
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