PÓ E PÓLEN - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.
PÓ E PÓLEN - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros
Se um poema é esqueleto, a poesia
Só se torna conteúdo quando, ao lê - la,
O interlocutor a vê como uma estrela
Que ilumina toda a cor da fantasia.
Quem se ocupa com fazer de moradia
Esta forma, cuja essência é o sentimento,
Só disseca um coração, por ironia,
Quando o próprio coração é o pensamento.
Desta forma, se por força da razão,
A emoção se subordina ao raciocínio,
A poesia passa a ser como um caixão,
E o espírito do amor, o tirocínio.
Um conteúdo tem sentido ao diluir-se
No silêncio mais sensível do leitor.
Colhe rosas espinhosas, sem ferir-se,
Quem as planta nos jardins do próprio amor.
É há pessoas com dons tão especiais,
Que assemelham-se a roseiras sem espinhos,
Cujos polens fertilizam muito mais.
Porque soltam-se das mãos com mais carinhos.
Nessa troca de olhares entre aquele
Que perscruta a emoção de um escritor
com seu texto, o que repousa dentro dele,
É seu dom de ler o espírito do autor.
Escritores e leitores se diluem,
Quando as almas se repartem numa só
E as ideias, polens férteis, livres, fluem
Como células de amor... embora... pó.
- às 8h e 35 min do dia 6 de junho de 2019 do Rio de Janeiro - Marechal Hermes - Registrado e PublIcado no Recanto das Letras.
...