O POETA EM DESESPERO

 

Do sinal vermelho é

que germina o poema

A urgência do sopro

Os silêncios do corpo

Paira no tempo após

a ideia que grita

O vômito sem espera

O engasgue que fica

 

Ninguém pode ouvir

o grito soprado do poeta

É a gênese do papel em branco

Do espaço que chora

à palavra que implora

Os silêncios da tinta

que não chega a tempo

de socorrer o poeta em desespero

 

Ninguém pode ouvir o 

grito entalado do poeta

É grito abstrato que

se faz de retrato 

nos relógios perdidos

nos versos abortados 

dos amores sofridos

 

O poeta é um mundo

circunscrito sem destino

porque a poesia só existe

se o tempo lhe permite

o soprar va...ga...ro...so

Mas as cidades são turbulentas

Barulhos suspensos para

todos os lados

 

O tempo matou o

meu poema.

Kélisson Gondim
Enviado por Kélisson Gondim em 23/05/2022
Reeditado em 07/06/2022
Código do texto: T7522050
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