METAPOEMA...
A MESA, O COPO, E O POETA
Num cenário bucólico, o poeta inerte
Afaga suas mágoas longe das tintas...
Tem como companhia, que lhe flerte,
Um copo e uma mesa que pressinta
Desejos nos rincões da saudade sob
Efeitos delirantes de sua mente fugaz
E mergulhado na transparência límpida
Do líquido algoz, o poeta tenta sorver
Para esquecer sua história de memória
Num efêmero caso de amor nascido,
Poeticamente de seu talento romântico!
Afoga-se no ímpeto da bebida e na
Solidão daquela mesa, só tem o garçon
A lhe servir os goles da sua tristeza...
E na nobreza daquele copo transparece
O caleidoscópio nas figuras grotescas
Das formas amorfas e fantasmagóricas
Alegóricas visões afogam-se no copo
Transparente e translúcido a levarem
Suas visões em versões de miragens
No cálido deserto de sua vida em chamas!
Mais um gole! O poeta vai a outras paragens!
Jose Alfredo