TELA VIVA 2 💠
Já me escrevi em tantos versos
de tantos jeitos em tantas cores
que já não sei dessa tela
se pintam sombras ou flores.
No inverso
em reverso
do anverso
já me despi dos temores.
Já me vesti de cantar
minha essência
minha ausência
no tempo de desbotar
da minha palavra inaudita
brota a desilusão Bendita
na vastidão deste mundo
recitado e lembrado
por meus fartos desamores.
Já escalei a montanha
perambulei pelos vales
andarilho de galáxias e estrelas
com a cabeça na lua
por minha mente flutua
paixões e ressentimentos
que me levam a contento
pra onde eu não quero ir
Já mergulhei no oceano
em queda livre pelo espaço
já me perdi num abraço
nem me lembrei de voltar.
Percorri estrada e trilha
me desgarrei da matilha
também já fui ovelha ferida
procurando no aprisco
um lugar para repousar
Já penetrei no silêncio
e me olvidei da história
prisioneiro da memória
já fui réu do esquecimento.
Vaguei pelo limbo da alma
e já perdi minha calma
embalado pelo vento
no vácuo do amedrontamento
os nervos subindo à tona
deitei a cara na lona
e refiz meu juramento.
Sou Viajante do Tempo
escravo da Imaginação
num vôo mais célere que Pégaso
meu destino é ser fato
e meu rascunho é o último ato
enquanto termina a canção
Do que sei
do que já foi
Do que não sei.
De quem já fui não sei mais...
Do que fiz
do que refiz e não fiz.
Onde Andei e onde terminei,
onde esbarrei...
Por onde trilhei
não sei mais.
De tudo que é atração
eu me desfaço então...
24/03/2022
07:33hrs