Autoerotismo
Meu amor meus dedos são como coice
Coisificando energias à realidade
Inflamando espadas de silicone
Inflando e enxertando imagens translúcidas
Ao busto de marfim, afirmo minha origem
Minha saliva de origem animal
Caminha ao lado de formigas saúvas
Abrindo o estômago como quem abre quartos de bordéis
Deixe de subjetividade, agarre
Deixe de poesia, mastigue
Pese as mãos e as troque
Por rumores da celebração
Sirvo-lhe em inseguranças
Faço da minha carne um funeral
Para teus dedos escavarem
Ou aplicarem qualquer luto
Insignificante fato:
Eu canto com louvor
Meus destempero e desejos
Mesmo que urja um pecado entre eles
Como de costume, me afogo na espiral
Meus olhos estão sucumbindo à pontos fixos
O incêndio respira por baixo da minha pele
O deserto se refaz e desfaz no clima da noite
Avesso ao outro, ritmo objeto
Venha e me decentralize-se
De uma vez por todas
Enquanto me desmereço da violência
Servo à severa auto-graça
Povoando falas desonestas
Bebendo lágrimas do asfalto
Sorrindo trincheiras-espetáculo...