DIGITAIS
não tolerarei meus dedos trêmulos
sobre teu corpo livro aberto de poemas
as acácias dos teus olhos na selva
de concreto e da jângal seminua
remontam a ilhas europeias sob ondas
dos mares dos versos de yeats
deixa meu povo ir ó faraó de panacéia
construída sob a pele dos imigrantes
a orgia dos beldroegas amouca a selva
silvo de pássaros feridos por espada de androcles
navegaremos os mares de marco polo minha querida
nos navios sobre rodas que demarcam veneza
o universo tem a cor azul do alumbramento
as ideias paralelas sobre o infinito me cegam
demiurgos não me atraem sou crença de um só
apelo aos corpos brilhantes do sol
que me enxuguem os olhos com sua ventania
que os anjos apaguem as minhas digitais na areia