Linearidade

Tomado pela foça das vozes em mim..., escrevo.

Faço-o com a (in)certeza de um náufrago.

Nunca soube escolher as palavras.

São confusos os sentimentos.

Quem dera ser guiado pela lógica.

Nem a lógica dos “loucos”...

Nem a loucura dos “sãos”...

Nada explica a singularidade em nós.

Transitórios poetas.

Revelamos apenas aquilo que se nos apresenta.

Sentimo-nos por isso confusos.

Mas somos tomados por orgástica convulsão mental.

Conectados pelo tempo, deixamos fluir o passado.

Inevitável conclusão...

Fosse o tempo linear, nasceriam mortos os poetas!

É que já bem disse Raul:

“o hoje é apenas um furo no futuro

Por onde o passado começa a jorrar

E eu aqui isolado onde nada é perdoado [...]”

Quanto às vozes, não são aquelas em minha “cabeça”...

E sim, aquelas em minh’alma.

Ipatinga, 6 de março de 2022.

Anderson Aquiles
Enviado por Anderson Aquiles em 06/03/2022
Reeditado em 08/03/2022
Código do texto: T7466231
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