ESSÊNCIA SINGULAR - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

ESSÊNCIA SINGULAR - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros.

Quem lê poesia como quem disseca um feto,

perde o afeto, troca amor por arrogância,

expõe o outro que compõe o seu projeto

muito indiscreto em vaidade e intolerância.

Impõe achismos, teses vãs, verdades falsas,

tem aversão por expressivos conteúdos,

mesmo vazia, a bolsa pesa, e...

sem as alças,

espalha velhos e raquíticos estudos.

Quando uma obra se transforma em obra-prima,

ela requer, além do esmero do escritor,

toda a essência singular de quem se exprima...

com ou sem rima, descobrindo a alma do amor.

Se a filigrana é mera bijuteria,

torna vazia a roupa rica que se vista,

pois cada artista que constrói sua poesia,

transforma ideias com retoques de alquimista.

Quem lê poesia, com armas de longo alcance,

posicionando-se qual franco atirador,

mira nos erros, atirando na nuance

de cada lance, com instintos de predador...

Que cada crítico se exponha e que ele sinta

a mesma tinta feita a golpes de caneta

que borra a doce emoção de quem se pinta,

ante olhar de quem prepara a baioneta.

E que aprenda a apreciar a obra alheia,

com mais respeito à criação e ao criador

que faz do amor seu canto livre de sereia

que só atrai quem é poeta e sonhador.

Luiz Gilberto de Barros - às 11h e 32min do dia 11 de fevereiro de 2019 - Marechal Hermes - Rio de Janeiro - Brasil.

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