Meta

A meta do poeta não está na métrica certa

Pois a seta lançada em texto no alvo liberta

A letra do fonema impondo ao acerto

Do sentido um instante de breve caos liberto

Somente os taciturnos acertam a cacofonia

Criativa da insistência do vocábulo exato

Cíclico é o universo em desarmonia

Repetindo o aflorar de cada potência em ato

Ao curvar-se, humilde, perante à musa

O poeta declama antes que derreta

A cera que o impede de ouvir quem o acusa

De hipnótico delirante de palavras

E de tanto versar em reflexiva meta

Se recria nos versos que na lingua trava.