BOTEI NA CABEÇA QUE SOU POETA!

Desde que botei na cabeça que sou poeta

O mundo não tem sido mais o mesmo!

Minhas palavras ganharam ritmo,

Meus pensamentos papel, meus sonhos formas

E minhas mãos o céu!

E de repente vi que tudo poderia rimar,

Uma realidade cinza, mais cores ganhar,

O amor ser possível, um sentimento dizível

E a felicidade se alcançar!

Tudo era possível naquele momento em que escrevia

Ou fazia poesia, banalizando o belo e valorizando a dor!

Tinha algo a dizer e manifestar com melodia e com ou sem escansão

E escreveria mesmo sem saber escrever deixando falar o coração!

Botei na cabeça que sou poeta e que sou o maior de todos

Sem ver qualquer reconhecimento!

Sou fingidor, cantador, ‘prosador’ e por nada disso

Recebo pagamento!

Botei na cabeça que sou poeta, que posso voar, que sou leve

Como a pluma com a qual escrevo e as saias e outros parangolés rodados

Daquelas lindas mulheres que apenas fantasio!

Cismei que ainda sou criança, que sou amigo do Rei, do cavalo

E do dragão!

Que tenho o amor de Adélia e que entendo as regras da paixão!

Sou poeta ou louco, como preferir!

Já que tanto o poeta quanto um louco por qualquer coisa estão a sorrir!

Um poeta com livre acesso a um terreno fértil de imaginação!

Que viaja pelos mares ‘nunca dantes’, de sempre e ao infinito,

Mas sem tirar os pés do chão!

Botei na cabeça que sou poeta e irei com isso até o fim,

como se faz com as coisas que nos importamos, com um relacionamento

ou só uma simples 'foda'!

Acredito que sou poeta protegido por minhas próprias musas

Por mim 'beatificadas', e nem as leis gramaticais ousam me punir!

Sou poeta consagrado pela inspiração e movido pelo amor!

Acredito nos sonhos e pratico a alegria!

Me alimentam os suspiros e vivo de poesia!

https://gustavoreymond.blogspot.com/