Sou poeta que sou, não que quero ser!
Descobri, oh Deus!
Sou poeta que sou,
Não que quero ser!
E odeio-me por não trazer as liras do meu bem querer
nas palavras emaranhadas dos meus versos.
Qual mensagem de luz,
Qual mensagem de de elevação,
Meus versos descem vis
A putrefação da alma,
O antro da angústia,
O antro da tristeza.
Minha poesia visceral, a real,
É o retrato do sujo e roto no espelho,
Que se odeia e que se esconde,
Pra não se ver.
Ah como pude, acreditar nessa persona,
Essa persona que só se vê no olhar?
Tudo está bem eu sou otimista,
Talvez por divina inspiração,
Que imensamente agradeço,
Mas se estou mal, ah! mas se estou mal, aqui está a minha verdade,
Nesse canto visceral.
Dos profundos infernos no meu ser brotam esses cantos do ser real que se esconde atrás do ser ideal.
Sim, esse sou eu, esse ser sou eu agora e antes, depois não sei, mas, espero que não.